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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Quando a Transição para o 3D Falhou

Quando os videogames se tornaram populares, a indústria começou a se preocupar com a qualidade dos jogos, se esforçando para trazer experiências cada vez melhores de imagem e som. Com o tempo, novas tecnologias foram surgindo e possibilitando gráficos cada vez mais realistas, assim como as trilhas sonoras mais belas já compostas!
Mas para podermos chegar aos níveis vistos nos dias de hoje, foi preciso muito esforço e muitos anos de aprimoramento, principalmente nos jogos 3D. Impulsionados pelas máquinas de Arcade da SEGA, os primeiros jogos feitos em três dimensões ainda não eram bonitos, mas chamavam a atenção por estarem mais próximos da representação real de algum objeto, do que os já consolidados sprites em 2D.

Virtua Fighter - Ainda nos Anos 90, o primeiro jogo de luta a fazer a transição para o mundo tridimensional, foi Virtua Fighter da SEGA, a complexa mecânica dos personagens simulava estilos de luta de verdade, trazendo uma complexidade de movimentos jamais visto num jogo de luta!
 Mas nem tudo são flores, quando os jogos em 3D se tornaram uma tendência, muitas empresas decidiram seguir essa idéia, abandonando de vez os consolidados sprites, e trazendo jogos em uma qualidade muito abaixo do que já havia sido alcançado ainda nos jogos em 2D. 

O grande problema de se lidar com uma tecnologia nova, é que no começo os resultados ainda não são tão confiáveis, afinal, ninguém sabia executar essa transição do 2D para o 3D com maestria. Muitos jogos se tornaram grandes fracassos devido à rejeição do público, o que acabou levando muitos jogos ao esquecimento, assim como muitas empresas à falência.

Alguns Exemplos:

Castlevania Symphony of the Night e Castlevania 64.
Donkey Kong Country 3 e Donkey Kong 64.
Megaman X4 e Megaman Legends.
Mortal Kombat Trilogy e Mortal Kombat 4.
Street Fighter Alpha 2 e Street Fighter EX.
Como vocês puderam observar, nessa transição do 2D para o 3D, muita qualidade se perdeu, graficamente e na jogabilidade, principalmente na jogabilidade. Alguns jogos simplesmente perderam completamente as suas raízes, trazendo jogos totalmente diferentes, como foi o caso do Castlevania 64. E outros jogos demoraram anos e anos para conseguirem se adaptar ao padrão em 3D, como foram os casos de Mortal Kombat “9” (2011) e Street Fighter IV (2008). E infelizmente algumas franquias de jogos foram abandonadas como foi o caso do Mega Man.

É importante lembrar que se não fosse a coragem das desenvolvedoras, ainda estaríamos presos em jogos em 2D, com jogabilidades e exploração limitadas, não que isso fosse ruim, afinal temos inúmeros clássicos eternos feitos nessas condições, mas alguns dos jogos indispensáveis em qualquer prateleira nos dias de hoje (como God of War, Devil May Cry, Uncharted, Gears of War e por aí vai...) simplesmente não existiriam! Assim como o gênero de FPS (Tiro em Primeira Pessoa), não teria a profundidade dos jogos que vemos hoje (Halo, Call of Duty, Battlefield...) e ainda estaríamos presos na fórmula estabelecida por DOOM.

Uncharted 3: Drake's Deception - Foi um longo caminho para podermos ter essa qualidade nos jogos!
Acredito que o quê realmente faz a diferença na produção de um jogo é a diversão que ele proporciona, independentemente se ele foi feito com as melhores tecnologias disponíveis, se não for divertido, do que adianta? Se as desenvolvedoras fossem um pouco mais cautelosas na época, talvez ainda estivéssemos nesse momento aguardando o lançamento de novas versões de Bomberman, Mega Man, Final Fight, Contra e muitos outros jogos que não se adaptaram bem a essa transição e acabaram caindo no esquecimento.

Esquecimento das desenvolvedoras, pois os jogadores nunca se esquecerão das horas que passaram jogando Super Nintendo e Mega Drive, jogando belos jogos em 2D, sem tanta exigência nos aspectos técnicos, e tendo como foco, o que realmente importa, se divertir!

Have Fun!

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